quinta-feira, 21 de abril de 2016

SENADOR ROMÁRIO “AVANÇA”: PL 522 EM DEBATE

No último dia 19 de abril, uma comissão formada pelo CREF1, pelo SINPEF, pelas APEFs e por um representante de ex-atletas, foi recebida no gabinete do Senador Romário Faria para discutir o polêmico Projeto de Lei 522/2013 que autoriza ex-atletas sem nenhuma formação a atuarem como técnicos desportivos.


Em síntese, Romário se comprometeu a retornar com o PL para a Comissão de Assuntos Sociais do Senado e, antes de qualquer nova ação, ouvir a categoria de profissionais de Educação Física no Rio de Janeiro.

Já li nas redes sociais que o “Baixinho” recuou em sua decisão. Prefiro entender que ele AVANÇOU.

AVANÇOU na compreensão, como homem público, de que é necessário ouvir suas bases antes de decidir por questões que podem impactar na vida de tantas pessoas.

AVANÇOU em seu espírito democrático reconhecendo que seu poder emana do povo, e a ele deve satisfação de seus atos.

AVANÇOU como homem, ao perceber que, humildemente, é possível rever suas posições, se esse for o melhor para o coletivo.

AVANÇOU no seu papel de utilizar seu mandato em prol da sociedade.

Parabéns Senador Romário!


Em um Brasil de “Cunhas” e “Calheiros” que nem todo o clamor popular consegue tirá-los de seus encastelamentos, Vossa Excelência se dispõe a ouvir seus eleitores. Raro hoje em dia!

Agora colegas profissionais de Educação Física, o debate está reaberto. Em minha modesta opinião, não cabem mais os ataques, mas sim a apresentação de propostas sérias e bem fundamentadas.

Precisamos intensificar o contato com nossos pares e com a sociedade em geral, para que possamos apresentar alternativas viáveis e justas, não sob a ótica do corporativismo profissional, mas considerando, de forma cidadã, o que seja melhor para a sociedade.

Continuamos na luta.

Obrigado a todos os profissionais e amigos que abraçaram essa causa e que atenderam ao chamado desse blogueiro e de tantos outros que assumiram a reponsabilidade de mobilizar a categoria.

Parabéns ao CREF1 e demais entidades que compuseram a comissão.

Foi uma bela resposta aos que entoam a ladainha “PARA QUE SERVE O CREF?”


Saudações.

10 comentários:

  1. Mestre, todos estão de parabéns , CREFs e profissionais envolvidos, e o Senador, que com atitude humilde e nobre nos dias de hoje, "avançou" em seus entendimentos, fico feliz por isso, e graças a essas e outras atitudes do CREF1 através do Andre Fernandes que apos muitos anos a marretar a instituição, não só mudei meu discurso como também fiz a minha inscrição, paguei minhas obrigações, e espero continuar a me orgulhar de fazer parte desse time. Gostaria de participar mais dessas comissões e dessas discussões, porem não sei como, se possível for indique um caminho para que eu possa estar mais ativo. Obrigado.

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    1. Grande Mestre Flávio Bottino,
      Sempre uma honra tê-lo por aqui.

      O Presidente André Fernandes, de fato vem desenvolvendo ações que têm aproximado mais o Conselho dos profissionais. Um grande exemplo disso são as assembleias regionais que estão acontecendo. Serão 14 ao todo, onde os profissionais têm a possibilidade de discutir os rumos de nossa profissão, criticar e sugerir ao Conselho novas ações. Veja se consegue comparecer a uma delas e encontrar os caminhos para uma maior participação sua e dos colegas de sua região.

      Um forte abraço.

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  2. O papel do CONFEF/CREFS é pela DEFESA do profissional de Educação Física, não fez aquilo que de sua obrigação constitucional, ainda bem demora para agir. é necessário fazer muito mais além de utilizar nosso dinheiro de mensalidades para engordar seus representante auditoria já ATENÇÃO MINISTERIO PUBLICO TCU. Vc não acha professor Roberto Correia?

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    1. Oi José Carlos, como vai?
      Muito obrigado por seu comentário.

      Todas as opiniões são muito bem vindas neste veículo de discussão, mesmo que totalmente contrárias a opinião deste blogueiro, como é o caso.

      Destrinchando sua postagem...

      O papel do Sistema CONFEF/CREFs, assim como de todo e qualquer conselho profissional que são PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO, é a defesa da sociedade, através de seu poder de polícia que lhe permite regular, habilitar e fiscalizar o exercício profissional em sua área de competência.

      Defender uma categoria profissional é papel dos sindicatos, federações e confederações de trabalhadores, que são PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO.

      Não podemos confundir as atribuições de cada entidade, sob o risco de nos depararmos com a usurpação de competências.

      Com relação especificamente às atribuições dos CONFEF/CREFs, concordamos em parte: é de fato necessário que se faça muito mais em prol da oferta de serviços prestados por profissionais de Educação Física de forma ética e tecnicamente adequados à sociedade.

      Com relação a auditoria, como uma autarquia federal o CONFEF e os CREFs já prestam contas ao TCU. Anualmente são publicados os relatórios de gestão onde são explicitadas, dentre outras coisas, as receitas e despesas. Estes relatórios, por força da lei, são publicados nos portais de transparência e no próprio site do TCU.

      O nobre amigo já analisou algum desses relatórios? Se o fez encontrou alguma irregularidade? Se encontrou denunciou aos órgãos competentes, no caso ao Ministério Público?

      José Carlos, enquanto não assumirmos nosso papel cidadão de fiscalizar o poder público em suas ações e continuarmos só dizendo, de forma genérica, que todos se locupletam, não chegaremos a lugar nenhum. É preciso que utilizemos as ferramentas das quais dispomos se queremos realmente passar o país a limpo.

      Saudações.

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  3. Acredito claro que todo profissional tem que ter uma formação. Acho que o mais indicado seria termos por aqui como é em outros países desenvolvidos como EUA, Canadá, Austrália etc. Para treinadores o curso de Graduação Superior em Desporto (Futebol, Voleibol, Basquetebol etc). Não acho que necessariamente o treinador ou técnico tenha que ser exclusivamente formado em Bacharel em Educação Física, são profissões diferentes. O que o profissional precisa é uma formação específica para profissão que vai exercer. Querem transformar o Bacharel em Educação Física um super-homem com várias formações em uma só( o que sabemos que não é verdade)! Acredito que o curso de Graduação Superior especifico para cada área seria o mais indicado! O aluno teria todo conhecimento de anatomia , fisiologia , cinesiologia,treinamento desportivo e etc e mais as disciplinas pertinentes a profissão em que vai atuar !!Assim aumentaríamos as opções de escolha do aluno, sem comprometer sua formação ! Temos que ser mais flexíveis, objetivos e inteligentes! Lembro que a Gama Filho chegou a oferecer os Cursos de Graduação Superior em fitness, Futebol, Lutas e Atividades Aquáticas. Na minha opinião o impedimento destes cursos, foi uma radicalização e um retrocesso. Pois possibilitaria uma habilitação especifica e mais objetiva,e sem demérito algum !Esta é minha modesta opinião.

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    1. Oi Roberto, como vai?
      Muito obrigado por seu comentário.

      Particularmente sou muito simpático à sua visão. Precisamos parar de discutir o problema sob a ótica do corporativismo profissional e entende-lo com base naquilo que seja melhor para a sociedade.

      O problema nobre amigo, é que precisaremos entender a largura do campo de intervenção destes profissionais para, a partir daí, definirmos as habilidades e competências necessárias e estruturarmos projetos acadêmicos de formação.

      Se é verdade que a mera formação em Educação Física não é suficiente para capacitar o profissional a atuar como técnico de alto rendimento em uma modalidade desportiva específica, é mais verdade ainda que a simples vivência como atleta não aglutina os conhecimentos necessários para tal atuação, especialmente em se tratando de categorias de base, onde não temos nem a certeza de que, um dia, as crianças chegarão a ser atletas de ponta.

      Os conhecimentos são complementares, não excludentes.

      Saudações.

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    2. Concordo plenamente com senhor ! Acredito q poderíamos ser mais simples e objetivos, porém bem capacitados! O modelo em vários países é menos complexo, flexível e eficiente !! Um grande abraço professor gosto muito das suas matérias !

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    3. Oi Xará, tudo bem?
      Obrigado pelas palavras.

      Concordamos novamente.
      Um forte abraço.

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  4. Prezado professor, boa noite.

    Eu acho interessante o debate, mas não gostei foi do tom que permeou as discussões, onde o corporativismo fora evidenciado e não havia propostas que pretendessem solucionar o problema. Vi os profissionais de Educação Física em polvorosa, defendendo o próprio emprego. Confesso que li com desconfiança até o seu texto, todavia, após acompanhar outros e fazer uma minuciosa "devassa" em seus textos, posso garantir que sua preocupação é a mesma minha, a saber, o comprometimento social como consequência do projeto virar lei.
    Debati com um colega, mestrando em Fisiologia, e expus minha opinião dizendo que a EdF brigar por isso e não colocar uma pauta de solução, posto que se colocar como via única para a atuação de técnico esportivo não era uma solução. Ainda, propus a criação de um curso, mesmo que menor, mas de conhecimento técnico-científico para o técnico esportivo. Outra solução que propus foi a que a lei atingisse apenas o esporte profissional, desse modo, estaríamos deixando o técnico não acadêmico a cargo de adultos. O meu amigo aceitou a ideia de um curso menor, mas, com outras pessoas, o debate ficou no campo chulo do "farinha pouca, meu pirão primeiro...".
    Pois bem, obrigado pelas suas elucidações, que, de todas que li por aí, foram realmente lúcidas.

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    1. Oi Claudio, como vai?
      Muito obrigado por seu comentário.

      Concordo plenamente com você. Essa discussão precisa ultrapassar as raias do corporativismo. Antes de “defendermos nossos empregos”, precisamos ter a clareza se o serviço que oferecemos é, de fato, o melhor para a sociedade.

      Também tenho vivenciado uma experiência parecida com a sua nos debates. Muitos profissionais defendem que todos os técnicos desportivos, independentemente do nível em que trabalhem, devem ter formação em Educação Física. Não está em discussão o fato de que o conhecimento é pleno e nunca é demais. Se acumularmos a vivência prática com a formação acadêmica teremos o melhor dos mundos, mas restringir a atuação a somente um ou outro é, como bem disseste, defender que “farinha pouca, meu pirão primeiro”.

      Por fim, eu que agradeço pela oportunidade do debate.
      Um forte abraço.

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